Mais de 170 países organizam ações para a Semana
Mundial do Aleitamento Materno
Brasília – Apenas 38% das crianças no mundo são amamentadas
exclusivamente com leite materno nos seis primeiros meses de vida, de acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade alerta que o aleitamento
materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e crianças pequenas e uma das
formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência. Segundo a OMS, o
aleitamento materno reduz as chances de obesidade na vida adulta e o risco de
diabetes.
A meta da instituição é elevar a taxa mundial de aleitamento materno
exclusivo, nos primeiros seis meses de vida do bebê, em pelo menos 50% até
2025. O objetivo é melhorar a saúde de crianças menores de 5 anos em todo o
mundo. Para isso, a partir do dia 1º de agosto, os governos de mais de 170
países organizam uma série de atividades para comemorar a Semana Mundial do
Aleitamento Materno.
Porém, em um levantamento divulgado esta semana, a OMS alerta que apenas 37 dos 199 países (19%) signatários das
diretrizes da entidade sobre o tema aprovaram leis que refletem todas as
recomendações, entre elas, a de proibir totalmente a publicidade de produtos
substitutos do leite.
A agente de segurança Tatiana Pereira Leal reconhece essas vantagens no dia a dia. Tatiana amamentou
a primeira filha até os 3 anos de idade, apesar de ter enfrentado dificuldades
nos primeiros meses. A filha mais nova, que hoje tem 12 anos, foi amamentada
até 1 ano de idade, quando Tatiana teve que voltar ao trabalho.
“Acho que faz toda a diferença na formação deles. Minhas filhas não
tomaram mamadeira ou [usaram] chupeta e foram do peito para a comida. Só
tiveram gripes bobas enquanto minha sobrinha que não mamou tem vários problemas
de saúde. Ela tem a imunidade muito baixa”, disse.
Representantes do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento
da OMS afirmaram que, apesar de quase todas as mulheres serem capazes de
amamentar seus filhos, muitas são desencorajadas e passam a acreditar que os complementos
alimentares são as melhores opções.
O levantamento da OMS não destaca números da situação brasileira. O
Ministério da Saúde deve divulgar dados mais atualizados no final da manhã de
hoje. No site do ministério, o governo destaca
que vários esforços vêm sendo feitos para estimular o aleitamento materno, mas
reconhece que, ainda assim, “as taxas de aleitamento materno no Brasil, em
especial as de amamentação exclusiva, estão aquém do recomendado”.
A última pesquisa sobre aleitamento feita pelo Ministério da Saúde,
abrangendo todo o país, ocorreu em 2009 e apontou que 41 % das crianças menores
de 6 meses recebem alimentação exclusivamente por aleitamento. O levantamento
ainda mostra que, durante a primeira hora de vida, 67,7% das crianças mamam.
Números do governo apontam que o Brasil tem a maior rede de bancos de
leite do mundo, com 210 unidades e 117 postos de coleta. Por ano, são
coletados em média 166 mil litros de leite humano que beneficiam, aproximadamente,
170 mil recém-nascidos, segundo dados do Ministério da Saúde. A
expectativa é que, este ano, a pasta invista R$ 7 milhões nos bancos de leite,
ou seja, quatro vezes mais do que tem sido gasto (R$ 1,7 milhão por ano).
Fonte: Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil: Carolina Gonçalves
Edição:
Talita Cavalcante
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